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Maria não vai com as outras.

opiniões pessoais sobre tudo um pouco.

Maria não vai com as outras.

opiniões pessoais sobre tudo um pouco.

08
Jul21

Nós, mulheres, socializadas para sermos umas bestas.

Patrícia Pereira

É fácil afogar as magoas em materialismos. Os impulsos vêm te todos os lados. Quer das redes sociais, quer daquela serie que vimos para queimar tempo. Ou daquela miúda gira no supermercado. Não exige qualquer exercício mental, nem pede sequer isso. Caso contrário daríamos por nós a pensar se é ético comprar esse material. Se a pessoa que o produziu ganha um ordenado decente.  Se precisamos sequer ou se é mais uma forma de calar o vazio, a insegurança, que é em si criada por todo

Estive quase a fazer click numa compra motivada por um momento de insegurança. Este ano tem sido um caos. Engordei no covid como tantos outros e não tenho forças mentais para sequer me motivar a perder os três quilos que ganhei. Até porque se for sincera, em muitos aspetos o meu rabo ficou maior e mais redondo e dou por mim a questionar se esse não era suposto ser o tamanho dele nos últimos anos. No entanto apesar disso tudo, ontem num momento de socialização, anda devidamente mascarado, dei por mim a olhar para uma mulher mais magra que eu, com um vestido giro. Eu, vestida com uma das minhas camisas favoritas, mesmo assim não me senti boa o suficiente.

Durante esse jantar dei por mim a cobiçar o vestido, até consegui saber a marca de que era e provavelmente poderia pagá-lo se estivesse a venda, afinal é uma daquelas marcas das massas. Mas uma rápida vista de olhos pelo site da marca, no telemóvel, permitiu perceber que era provavelmente de uma coleção anterior. Também dei por mim a ver essa mesma mulher a evitar comer demais. A disciplinar a filha de vinte anos para não comer demasiado pão das entradas. Enquanto eu enfiava pão com pate pela boca a baixo, um atrás do outro, empurrado por vinho alentejano e água, alternadamente. Era um aniversario de familiares. O calor não me motivava a beber o proverbial copo a mais.

Vou mudar de trabalho. E em muitos aspetos sei que o ano de covid foi horrível, perdi completamente a vontade de escrever e afoguei-me em trabalho. Sei que valeu a pena, e ajudou a não ouvir o caos do mundo e a dissonância de opiniões versus factos, que tanto parece dominar o mundo agora. Vou mudar de trabalho e sinto-me demasiado bem com isso, consegui uma posição numa empresa bem melhor do que a que estava, e isso massajou suficientemente o meu ego, que em geral está de boa saúde. Mesmo assim, naquele momento enquanto cobiçava o vestido daquela familiar, que estava no meio do seu ritual de auto controlo de não comer demais, e não deixar a filhar comer demais, para ficar do mesmo tamanho e continuar a caber naquele vestido pequeno, senti-me insegura. E quis afogar as magoas em saldos.

Em vez disso dormi mal sobre o assunto, afinal de contas comi demais ao jantar e estava com uma ligeira indisposição. E dei por mim a escrever novamente. Sei que não vai curar as minhas inseguranças, nem fazer me sentir melhor ou pior pelo facto de me sentir um bocado superior por nunca me ter deixado a mim mesma fazer uma dieta louca para caber no tamanho mais aceitável da sociedade, do meu corpo. Sinto que tenho de tirar esse sentimento de mim, dado que não me faz melhor ou pior. Sei que julgar essa familiar me faz um bocado besta, mas sei que é endémico. Nós, mulheres, somos socializadas para ser umas bestas umas para com as outras, como que a lutar contra os nossos instintos naturais para sermos decentes. E por isso nesse momento a minha fuga foi os instintos. Não comprei, no entanto, nenhum vestido. Acordei, fiz exercício e vi uns filmes e relaxei. Afinal de contas tenho os últimos dias ferias para descansar. E um vestido novo definitivamente não trás felicidade.

13
Mai20

Cor de Rosa.

Patrícia Pereira

Há tantas coisas que ando há anos a reprimir em mim que nem sequer me apercebo delas, no entanto nestes tempos que correm dou por mim a confrontar. Como a realidade daquela que eu achava ser a minha aversão ao cor de rosa. Achava que não gostava, não sabia porque não, apenas que não. Achava que era demasiado feminino e achava que isso era errado. Que ser demasiado feminino é errado. Que há alguma coisa de errado com a cor de rosa. Que é errado homens usarem cor de rosa. Que a cor é excessiva de alguma forma.


Comprei umas calças cor de rosa. Fuchsia. Foi uma das prendas para mim mesma de anos. Mandei vir pela net por causa do corona, esperei por elas mais do que o resto das coisas que comprei. Vesti as calças, serviram bem. Aí percebi o que eu achava de errado com o cor de rosa. O preconceito que associei à cor foi o mesmo que me fez achar esse símbolo de feminino como algo negativo, como sinal de fraqueza. Como se só as cores ditas mais masculinas fossem sinal de força. Como se apenas os ideias masculinos de força fossem algo objectivamente aspiracional.


Percebi que tentei durante anos associar características minhas a características masculinas, porque me achava que apenas daí derivava o meu valor. E foi preciso umas calças cor de rosa para perceber isso. Sei que é em parte um problema cultural, o valor das coisas ditas masculinas ser a norma. É, no entanto, possível confrontar a logica do nosso pensamento enviesado pela cultura. E assim perceber que o valor não está na cor de rosa ou azul, no masculino ou feminino. A nossa espécie depende de ambos logo ambos têm valor igual. É isso que importa ressalvar mais que tudo, ensinar as próximas gerações, expurgando a ideia que o feminino não tem o mesmo valor que o masculino. Reverter a cultura patriarcal para um nível de igualdade. Para que ninguém tenha vergonha do cor de rosa.

04
Mai20

O valor da vida, pós covid-19.

Patrícia Pereira

Numa altura que termina o estado de emergência, sinto que vivi um infinito nestes últimos meses. A minha realidade é aquela de quem desempegada antes da pandemia, vivi confinada ao meu apartamento T2 desde o inico do ano. No início com uma sensação de revolta, quando a quarentena coletiva começou, já eu estava confinada ao meu espaço há alguns meses, e em estado de aceitação. No entanto não impediu a melancolia de se apoderar de mim, e os sentimentos coletivos de uma nação em luto. Em luto por um tempo pré quarentena, na qual as banalidades de um dia a dia pareciam não ter significado. E que agora na era pós covid, parecem aqueles pequenos momentos que douravam a nossa vida, ir ao café, falar com outras pessoas livremente, em espaços com outras pessoas. Serviu para perceber que de facto somos uma espécie coletiva, social, e que é das verdadeiras coisas que damos valor, mesmo que de forma as vezes inconsciente.

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Há outra coisa que quero notar, dado ter sentido a sua importancia nos últimos tempos. Esta ânsia de ser produtivo que existe na nossa sociedade é uma falacia. Não conheço ninguém que não diga que se tivesse mais tempo não faria isto ou aquilo. Eu achava que iria escrever mais, esta era a minha falacia. Escrevi menos. Não escrevi quase nada, nem no meu diário. E esta na altura de dizer que é normal. Há coisas mais importantes que continuar a ser produtivo, que é continuar mentalmente são.

22
Mar20

A Biblioteca da Maria.

Patrícia Pereira

Os meus hábitos de leitura até têm andado a melhorar, cortesia da falta de vontade para ver series que me têm afligido. Não tenho é relatado muito por aqui, por isso fica aqui um resumo:

books.PNG

O livro do Snowden foi o primeiro que li, dado que estava na fila de espera desde que saiu. Esperei só o tempo suficiente para estar a preços mais decentes no bookdepository para comprar. E sei que depois de ter comprado o livro dele provavelmente estou no sistema informático que ele descreve em minucia no próprio livro. O que é verdadeiramente agradável nesse livro é ver a forma pessoal com que o mesmo fala sobre o que levou as decisões que tomou, com vista ao bem comum, e em deterioramento dele mesmo. É de louvar haver ainda pessoas com integridade, e deu-me muito gozo ler este livro.

Já o livro sobre o Musk foi mesmo em virtude da minha curiosidade pela SpaceX. De uma auto-intitulada space nuts, este livro ajudou a perceber donde vem a curiosidade de Musk e o que tem levado ao sucesso das suas empreitadas. Não é a melhor das literaruras, no entanto é bom entretenimento.

Por ultimo o livro do Ronan Farrow veio no seguimento dos artigos do The New York Times, os quais antecipavam o livro e deixam com curiosidade de ler. Este foi dos três o que li mais depressa, porque não o conseguia pousar. A realidade é verdadeiramente mais bizarra que a ficção, e custa crer que coisas destas acontecem no sec. XXI. Para além de contar como conseguiu que as vítimas do Weinstein contassem a sua história, a dificuldade de a publicar na NBC, como mete espiões a contrato pelo meio. Adorei verdadeiramente este livro.

Boas leituras.

 

12
Mar20

A validade dos portadores de útero.

Patrícia Pereira

 

Por favor, parem de questionar as pessoas com útero quando vão ser mães. É das merdas que mais me tira do serio. O facto de eu vir equipada com útero não é justificação para esse tipo de inquisição. O valor de uma mulher não está agregado a capacidade de engravidar.

Esse tipo de questões ainda me tira mais do serio quando vêm de mulheres. As que dizem “vais mudar de ideias”, em relação a minha vontade de não ser mãe. Que alias tenho desde a primeira menstruação. Ou usar o exemplo dos filhos e dizer “o quão realizadas se sentem por ter tido filhos.” Eu sinto-me realizada que chegue, obrigado. Tenho a minha realização académica, que me deu trabalho que chegue e me deixa orgulhosa de mim mesma. Tenho os meus problemas bem ajustados, apesar de anos passados com lutas com depressão e ansiedade. Estou bem realizada ao ponto de conseguir passar tempo de qualidade comigo mesma a desenhar, escrever, ou ouvir podcasts de forma compulsiva.

Acho que se de facto se algum dia mudar de ideias em relação a maternidade (o que não me parece), não vai ser para me sentir mais realizada. É apenas um processo biológico, o qual já nascemos com equipamento, não requer propriamente qualquer forma de exercício cognitivo. Não é uma forma de realização em geral, é apenas em muitos casos a necessidade de deixar o cunho pessoal na terra, moldando um ser humano aos nossos genes e hábitos. É em parte um exercício narcisista, em parte um exercício meramente evolutivo e da necessidade biológica de propagar a raça humana.

Sei que é daquelas questões que normalmente aflige mais as fêmeas, porque a sociedade patriarcal em que vivemos ainda cinge muito o valor de uma mulher a isso. Por isso torna-se necessário nós, fêmeas, versar o quão somos mais que a nossa capacidade de ovular e garantir a propagação da raça humana. E claro as fêmeas que se sentem realizadas com isso: bom para elas. Agora deixem as outras fêmeas em paz.

06
Mar20

Sobre a falta de curiosidade.

Patrícia Pereira

Porque metade das boas ideias surgem de conversas de café? Bem adiante. Durante muito tempo havia quem se queixava que o problema das pessoas é a falta de acesso a informação. Mas a minha constatação é mesmo que é a falta de curiosidade de tantas e tantas pessoas. Não têm vontade de explorar mais do que o seu pequeno universo. Isso gera um problema grande: a incapacidade de questionar coisas para além do seu pequeno universo. A capacidade de gerar argumentos para demonstrar a validade da sua opinião. E não tem nada a ver com sítios grandes ou sítios pequenos, não é um determinismo da localização geográfica, como muitas pessoas acham. Actualmente com a internet não há a meu ver desculpas.

De alguém que passou anos de vida a trabalhar a falar com pessoas, é das coisas que mais me assusta. É fácil encontrar essas pessoas, basta usar termos inquisitivos. Normalmente o resultado final é insultos, ou a repetição de uma frase de forma veemente, sem qualquer construção de argumento para justificar essa frase. E é algo bem normalizado, e com uma grande representatividade na população. Essas pessoas tem muitas vezes igual acesso à informação, como tantas outras, apenas escolhem não exercer esse direito. Ou muitas vezes nem sequer lhes passa pela cabeça o fazer porque vivem no seu universo pequeno, com fronteiras bem definidas. É algo que a mim me faz confusão, especialmente de alguém que cresceu num sítio pequeno, com pais pouco escolarizados, mas com uma mãe que devora documentários. Embora as fronteiras da sua vida estejam restritas a poucos km, a mente dela viaja a todos os confins do universo. E isso para mim têm mais valor que dinheiro.

13
Fev20

Sobre gerir Emoções

Patrícia Pereira

Olá blogue,

Não me esqueci de ti.

Nestes últimos tempos estive a gerir emoções.

Emoções de ter tido coragem para me despedir. É importante estar atento aos sinais de uma relação abusiva laboral. Os sinais de alerta incluem maus tratos verbais constantes, pressões diárias para levar ao despedimento. Foi o que fiz, não olho mais para trás. Dei seis anos da minha vida a uma empresa que não dá valor a pessoas. Espero ser a última vez. O desemprego é para já algo que me assusta, mais ainda só passou um mês, para já ainda esta tudo ok.

Emoções da entrega da minha tese. Foi uma experiencia positiva, tirando os maus tratos verbais que tive na discussão da minha tese, por homens com egos feridos. É recorrente ouvir-se como argumento para as mulheres para não serem tão emocionais. Tive quase para dizer isso a um homem adulto, presidente do meu mestrado, quando o mesmo gritou comigo na apresentação, perante o ar incrédulo do arguente e do meu orientador. Certamente se quisesse uma sessão de masoquismo, não iria certamente buscar numa tese de mestrado. No entanto foi o que tive.

Emoções de lidar com problemas de saúde, de familiares e pessoais. O final de dois mil e dezanove não foi em si fácil, o início de vinte vinte esta ainda pior. No entanto pela primeira vez em muitos meses consigo dormir descansada, sem pânico, stresse ou ansiedade. É muito mais fácil gerir situações difíceis com clareza mental. Não foi possível no final do ano passado, está a ser possível agora. E para já é a isso que me agarro.

Agora vou só ali procurar emprego.

20
Dez19

Melancolia Intelectual.

Patrícia Pereira

Ontem entreguei na minha tese de mestrado. Finalmente. Estranhamente o alívio inicial da ter entregue desvaneceu depressa. De seguida veio um melancolia não sei de onde. Como se tivesse deixado algo a mais de mim naquela tese. Quase como se fosse um filho que andei a gestar durante meses com trabalho e paciência, e agora no final é como se o tivesse dado para a adoção, e em mim apenas tenha ficado um vazio.

Dei por mim aborrecida com as coisas que normalmente me dão prazer fazer, como ver séries, bordar, ler. E a contemplar o vazio com senão soubesse de onde ele veio e o porque.
Ironicamente houve muitos momentos de dor de cabeça e frustração na tese. Momentos em que me culpei pela escolha do tema, ou porque o meu orientador me respondeu torto. No entanto este vazio apenas pode significar, que como tudo na vida, as vezes só percebemos quando fomos felizes numa situação quando não estamos mais nela.

Ainda me falta defender a tese, não é o fim dela. No entanto sei que depois vou dizer adeus a esta de forma definitiva. E sei que vou ter de arranjar outro desafio intelectual para me entreter, porque no fundo é esse o porque da minha melancolia. Foi no fundo a grande elação desta tese, conhecer um pouco mais de mim e das coisas que me dão vida.

14
Nov19

A banda sonora da Maria - Trent Reznor and Atticus Ross

Patrícia Pereira

Bandas sonoras são uma das coisas que ouço com frequência. E Trent Reznor é daquelas alminhas que meto num pedestal em termos musicais, quer seja por Nine Inch Nails, quer seja pelas várias bandas sonoras. Ainda me lembro de ver o Gone Girl, e esta música foi das melhores partes do filme. E quando vi que o Trent Reznor acompanhado pelo Atticus Ross iam fazer a banda sonora de Watchmen da HBO fiquei logo com a pulga atrás da orelha. Logo nos créditos finais fiquei logo presa, e é em suma isto. A música é NUN WITH A MOTHERF*&*ING GUN.

Boas audições.

 

 

08
Nov19

Escrito no caderno, transcrito para o digital.

Patrícia Pereira

Uma história trágica de como uma relação de longa dada com a escrita está a esmorecer.

 

Durante anos associei à minha criatividade a minha identidade, como se fosse um laço indestrutível. No entanto chegada aos trinta, e não escrevendo nada de jeito há tempos, não entendo a sua função biológica em mim. Se por um lado a minha criatividade ganhou novas formas, como no ponto cruz ou no Photoshop e Illustrator, a minha paixão pelo texto esta em parte morna - isso é em si uma das minhas crises de identidade. O verbo já não é a minha paixão fogosa e não sei o que fazer com uma cabeça cheia de retorica. Se me ensinei a viver com esses princípios e se através deles encontrei alguma cura para a mágoa, para o meu medo de existir. Anos de preparação para isso deixaram me inapta para outras realidades, outras variações.

Claro que posso culpar o digital, ainda me recordo de quando escrevia em papel e não se apagava nada, pelo menos na minha escrita com caneta. No digital é mais fácil a censura, talvez seja esse o problema. O digital é como o meu cérebro, corrige antes de verbalizar. A vida real é como um papel escrito a caneta – nada se apaga permanentemente. E talvez tenha de substituir novamente o digital pelo papel, para fazer as pazes com a escrita e para poder saber quem sou novamente. Para atingir o realismo necessário que pretendo na minha escrita, sem censuras e com emendas visíveis.

Isto para dizer ola blogue. Passou um tempo mas ainda estou cá. Assim como a escrita, com a qual ainda estou casada. Ainda possuo a necessidade de extrapolar da minha realidade para uma realidade irreal, com censura digital. Este texto foi inicialmente escrito em papel, com riscos e letra imperfeita, mas tudo fica mais perfeito e politicamente correcto no digital. Apenas para dizer que voltei a escrever em papel por necessidade. Está é a versão melhorada de uma ideia incompleta, por isso veio aqui parar, para quem a quiser consumir. 

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