Aqui vamos outra vez.
Ola internet.
As vezes penso que hoje em dia eu não existo senão estiver online. Não sou real senão tiver a minha plataforma. E o estranho é que eu já fiz isto dos blogs. Já escrevi a minha poesia em blogs, quando não me preocupava com direitos de autor e estudos a bem dizer. Quando não me preocupava em mais que usar o meu blog como forma de desabafar as minhas mágoas e fazer das tripas coração para uma audiência que não existia, de forma a justificar a minha própria mágoa. Com o tempo isso passou, para bem da minha sanidade e apaguei os múltiplos blogs que criei.
A realidade de agora é que estou farta de escrever para o confinado do meu computador. Principalmente porque por mais palavras que use para descrever o que sinto, o que a minha persona de escritora sente a realidade é que o meu computador é um buraco negro sem fim. As coisas morrem lá. Que me adianta ter todas as palavras dentro de mim senão tenho presença online para além das redes sociais pessoais.
O que me levou a querer desabafar sobre o meu eu que quer ser escutado. O meu eu que quer ter uma voz na sociedade. O meu eu que quer partilhar o meu me torna igual e diferente dos outros. O meu eu que é comum e é invulgar ao mesmo tempo, como os outros. E penso que tenho muito mais que dar para os outros do que para os confins limitados do meu computador.
Tenho mais de mil palavras dentro de mim. E sinto que é melhor dize-las para uma audiência que não exista, do que guarda-las para mim. Para bem da minha sanidade.
Hélia Pereira.