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Maria não vai com as outras.

opiniões pessoais sobre tudo um pouco.

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15
Fev19

A internet não se esquece…

Patrícia Pereira

Há dias o Facebook recordou-me que faço nove anos de vida no mesmo. No seguimento disso dei por mim a rever os meus post mais antigos e a ponderar sobre os mesmo e uma ideia surgiu. A internet não se esquece. Se antes podíamos ter vinte anos e dizer coisas palermas, e depois crescer e esquecer certas fazes menos boas, agora é impossível. Vai ser uma memória no Facebook que apenas serve para nos sentir-mos embaraçados de nós mesmos. E a realidade é que outras gerações antes das nossas tinham fases embaraçosas da vida. É normal, é natural e faz parte do crescimento. E tinha a possibilidade de crescer e esquecer de algumas coisas.

 

Actualmente vamos ser uma geração que vai viver com as fotos embaraçosas, comentários embaraçosos, fases de vida mais infantis e não vamos poder crescer das mesmas. Mesmo que vamos apagar coisas antigas embaraçosas no Facebook, há sempre os tags em fotos de amigos e menos amigos actualmente. E não sei ate que ponto isso não terá consequências negativas a longo prazo e afectar a forma como se desenvolve a nossa geração, a das redes sociais. Porque não temos direito a esquecer, dado que a internet não se esquece. Vamos ficar perpetuamente associados a ideias que já não são nossas.

 

E com tantos escândalos sobre comentários menos bons no passado, como foi o caso dos Óscares deste ano, apenas me leva a concluir que deveríamos ter direito a esquecer, a poder carregar num botão e desconectarmo-nos da pessoa que fomos, que não é a pessoa que somos agora, muito menos a pessoa que vamos ser amanhã. Mas mesmo que vamos eliminar as contas nas redes sociais, isso não elimina nada. Vai sempre haver vestigios daquilo que fomos nas redes sociais.

 

Uma das coisas que no meio disto ainda me preocupa mais é o caso das pessoas que colocam fotos dos filhos nas redes sociais. Para todos os efeitos eu era uma adulta quando aderi a rede. As crianças vão viver com um historico nas redes sociais sobre o qual não tem controlo consicente. E isso a meu ver é ainda mais preocupante que o meu embaraçoso Facebook de vinte e poucos anos.

04
Fev19

A banda sonora da Maria - Midnight Juggernauts.

Patrícia Pereira

As vezes esqueço-me de algumas bandas que tenho perdidas nas minhas infinitas playlists. E Midnight Juggernauts é um daqueles casos. Descobri faz uns anos a propósito de uma cover que os geniais Tame Impala fizeram da Vital Signs, musica do segundo álbum dos Midnight Juggernauts, The Crystal Axis. Hoje dei por mim a ouvir em novamente este álbum enquanto trabalhava na minha tese e a sentir o mesmo êxtase de quando se ouve um álbum excepcionalmente bom pela primeira vez. Por isso fica aqui uma música retirada do The Crystal Axis.

 

Boas audições.

 

 

02
Fev19

As vezes gostava de ser mais produtiva.

Patrícia Pereira

Só que há algo maravilhosamente perverso em ter coisas que fazer e adiar. Em ficar impávida e serena a não fazer nada de produtivo num dia de folga, apenas porque se quer, apenas porque se pode. E as vezes não adianta ate usar tácticas que connosco resultam para aumentar a produtividade.

 

Hoje é um daqueles dias. Fiz exercício, bebi café e estou a ouvir música clássica há horas. No entanto em vez de fazer algo de útil, como ir escrever a minha tese não. O meu cérebro já deambulou por mil e um continentes de coisas inúteis. Desde filmes e series que já revi, mas que por algum motivo o meu cérebro me diz que apetece rever um pouco mais. Ou então simplesmente fazer insta stories das posições palermas que os meus gatos fazem ao sol, pelo facto de me dar tanto gozo apreciar a companha deles. Ou todas as coisas que eu poderia fazer e não faço.

 

Sinto que é um dilema de toda a gente. Para mim é um dilema de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Saber que tenho mais que fazer e escolher deliberadamente não o fazer. Culpo, quando a consciência me pesa um pouco mais, o facto da gripe ainda me estar a dar dores de cabeça literais. Depois sinto que devo ser franca comigo e sei que consigo ignorar os restos da gripe se quiser. Não me apetecer trabalhar na tese e ser meu prerrogativa não o fazer dado ser uma pessoa adulta, consciente e pagadora de impostos. Tenho a liberdade poder escolher não trabalhar na minha tese quando o devia fazer, porque estou no meu dia de folga do trabalho que me paga as contas e não me apetece.

 

Claro que sinto que isso pode dizer muito de mim, mal de mim ou bem de mim, consoante a lente que cada um usar para examinar isto. Eu sinto que estou apenas cansada e não me apetece fazer nada, mas o ter energia para fazer outras coisas faz-me sentir culpada. Ter energia para dissertar sobre a minha procrastinação em vez da minha tese. No entanto todo este testamento é apenas uma ode a minha humanidade. Talvez não me deva macerar tanto com isso e deva gozar o facto de estar de folga e rever um filme ou serie e não pensar mais sobre isso.

 

Fica aqui a banda sonora da minha preguiça, porque amo profundamente as composições de  Sergei Rachmaninoff e porque podem servir para inspirar a produtividade de outros.

 

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