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Maria não vai com as outras.

opiniões pessoais sobre tudo um pouco.

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15
Mai19

Por favor, não alimentem os influencers.

Patrícia Pereira

O título desde post é inspirado na expressão “please do not feed the models”. Se bem que a meu ver a interpretação desse título deve ser a letra, ao contrário da dessa expressão. Actualmente vivemos bombardeados de figuras, aka influencers, que existem meramente para nós vender coisas. Especialmente e nós, mulheres. E é fácil perceber o porque de ser a nós mulheres, porque somos invariavelmente mais susceptíveis, com toda a pressão social para corresponder a uma certa expectativa de imagem. E é cada vez mais um flagelo a meu ver, especialmente no que toca a questão da dermocosmética e alimentação. Mas este post para já não é sobre a alimentação, mas sim sobre a dermocosmética.

 

Ainda me lembro de ler blogs de moda na minha adolescência. Na altura eram essencialmente estrangeiros e ainda não estavam monetizados como estão hoje os posts do instragram. Seguia atentamente na altura algumas bloguers que usavam marcas de farmácia e de supermercado e a opinião delas era sincera, falavam do bom e do mau e do porque de usar produto x ou y, sem nenhum disclamer de #ad ou “cedido gentilmente pela marca”. Hoje em dia é difícil acreditar na opinião de alguém quando são convidadas a testar e a dar a sua opinião sobre um produto, ou tem o belo do hashtag de ad, ou a expressão de ou “cedido gentilmente pela marca”. Porque o único motivo de terem a oportunidade de testar um produto e dar a sua opinião sobre o mesmo é o facto de haver uma audiência que provavelmente vai se sentir directa ou indirectamente coagida a comprar esse mesmo produto. E já nem vou falar daqueles casos flagrantes em que nem seque usam o produto mas apenas o publicitam.

 

E o que me preocupa mais e que há pessoas que caem nessas falacias, normalmente acabam sempre por ser as pessoas mais fragilizadas, normalmente mulheres com baixa auto-estima. As mulheres tendem a estar em contacto com mais químicos do que os homens em geral, pela preocupação desmesurada com a aparencia e isso não é de todo benéfico para a saúde. Muito menos a questão das embalagens, mas já nem vou por ai. Incentivar o consumismo desmesurado é prejudicial em todas as formas. E a realidade é que não há nada que resulte a cem por cento contra o envelhecimento, não há creme anti-rugas que nos valha. E a saúde da pele está essencialmente relacionada com a alimentação, consumo de água de forma suficiente, sono, hábitos de exercício e ritmo de vida essencialmente.

 

Há dias li um artigo muito interessante na Vice, intitulado de The Rise of the Minimalist Skincare Routine. Essencialmente fala de pessoas que usavam demasiados produtos para o rosto e como isso trazia mais irritação para a pele do que benefícios e como após uma consulta no dermatologista passaram a usar menos. Revi-me muito nesse post porque eu já o fazia desde sempre, mas usando o velho ditado da minha mãe de “tudo o que é demais é erro”. A realidade é que uso esse ditado para muitas das coisas do meu dia-a-dia e assenta que nem uma luva. Uso produtos para a pele, não vou mentir. No entanto não compro cremes de quarenta ou mais euros publicitados por influencers. Sim porque as influencers não são mais nada senão outra forma de publicidade.

 

De manha e a noite não perco mais do que cinco minutos no espelho. E parte desse tempo é a escovar o cabelo ou lavar os dentes ou então a perder um tempo a apreciar-me ao espelho, porque faz bem a alma olhar a nos mesmo e pensar “coisa linda”. Uso produtos de farmácia, de supermercado e de marca branca. No rosto ponho pouca coisa e tiro ainda menos, dado que não uso maquiagem, e a minha pele nunca esteve melhor. Já começam a aparecer as rugas de expressão em algumas zonas mas faz parte da vida. E eu abraço-as, assim como a sardas, a celulite e estrias.

 

Acredito que nós, mulheres não devemos seguir o que sociedade nós impõe e perder tanto tempo ao espelho, quando pudemos usar esse tempo para coisas mais construtivas. Os homens não o fazem e por norma são muito menos miseráveis que nós e com melhor auto estima. O amor-próprio não se compra nas farmácias e perfumarias. Aí apenas se alimenta as influencers.

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