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Maria não vai com as outras.

opiniões pessoais sobre tudo um pouco.

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26
Abr19

Uma ode ao cansaço.

Patrícia Pereira

O cansaço é um filho da mãe. Mas ao mesmo tempo é algo que nós trás invariavelmente para o planeta terra e revela por fim as coisas verdadeiramente importantes. Durante as ultimas semanas andei a tratar de mudanças. Mudei de casa finalmente, troquei o T1 no centro da cidade pelo T2 nos arredores e estou convicta que terá sido uma das melhores decisões que poderia ter tomado. Não tive capacidade de escrever, ou vontade ate nos últimos tempos, dado que no final do dia, depois de caixas de coisas e trabalho pelo meio, tudo o que ansiava era por cama, comida e um bocado de tempo para não ter de pensar, e contemplar o vazio da casa antiga, o caos da casa nova.

 

Finalmente esta tudo no sitio. A mobília velha, a nova, as coisas que ficaram e muitas das quais me desfiz nas mudanças. E irónico que uma pessoa apenas tem a real consciência das coisas que têm quando temos de as enfiar em caixas para as mudar de local. Pensei muito sobre sustentabilidade nestes tempos de andar com as tralhas as costas. Pensei muito sobre o que compro, sobre a forma como compro. E no final destas mudanças percebi que menos é mais. Especialmente em coisas como roupa, calçado, loiça. Coisas que por vezes compramos porque é barato, ou porque achamos que precisamos. No final de contas são pilhas de coisas que acabamos de rejeitar no final, quando nos mudamos. Senão nos mudarmos são pilhas de coisas no sótão que não servem para nada, e das quais só nos lembramos de vez em quando nas limpezas.

 

Por isso quando a coisa acalmou e dei por mim com os cheques prendas de anos ainda para gastar e fiz o oposto do que fazia, comprei menos por mais. E não é que eu fosse já uma compradora impulsiva, sempre fui muito moderada nessas coisas, sempre cresci com pouco e a pouco me habituei. Mesmo assim acumulei coisas a mais, coisas que não uso e não servem para qualquer função. E senti em parte vergonha, porque estava a falhar. No entanto no meio da desarrumação e do cansaço fiz paz com isso, paz comigo mesma, e prometi tentar ser melhor.

 

Nesta semana tive tempo, um pouco mais de tempo. Andei a mudar um fecho a umas calças, a apertar umas que me estavam largas, mudei os botões a um casaco que não usava muito por não gostar dos botões. Coisas que estavam a um canto, sem função, que agora têm uma nova vida. Gostava de rematar este parágrafo de uma forma mais bonita mas ainda estou um pouco cansada. A minha criatividade parece ter-se esgotado estas semanas de mudanças. Acredito que vá voltar. Até lá vou reutilizar, reduzir e reciclar.

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